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1. Vista panorâmica de Espindo
Descobrir Espindo...
Espindo é uma pequena localidade do concelho de Vieira do Minho, de aspecto típico e rural, estendida ao longo de uma das encostas da Serra da Cabreira e com uma vista privilegiada para a Serra do Gerês.
Para conhecer a aldeia nada melhor que encetar os trilhos pedestres existentes e caminhar por entre a natureza. Esta será a melhor forma de contactar com a fauna, a flora e o património humano.
Vamos conhecer um pouco melhor este lugar...
A história de Espindo
2. Casa do Mateus, a casa mais antiga de Espindo
Desconhece-se a data precisa da formação da aldeia, mas a casa mais antiga de que há registo data de 1655, estimando-se, assim, que a aldeia tenha entre 400 a 500 anos.
O que levaria, então, os antepassados a fixarem-se nesta região agreste da Cabreira, há alguns séculos atrás?
Seriam as condições favoráveis para desenvolver actividades agro-pecuárias de subsistência e a localização geográfica (distava pouco do principal centro de decisão regional, Vilar das Vacas, actual Ruivães, que era vila e sede de concelho na época). Mais tarde, na primeira metade do séc. XX, Espindo figurava na rota do volfrâmio, tal como Zebral, o que acabou por atrair e fixar muitos forasteiros.
O que levaria, então, os antepassados a fixarem-se nesta região agreste da Cabreira, há alguns séculos atrás?
Seriam as condições favoráveis para desenvolver actividades agro-pecuárias de subsistência e a localização geográfica (distava pouco do principal centro de decisão regional, Vilar das Vacas, actual Ruivães, que era vila e sede de concelho na época). Mais tarde, na primeira metade do séc. XX, Espindo figurava na rota do volfrâmio, tal como Zebral, o que acabou por atrair e fixar muitos forasteiros.
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3. Ruínas da 'Aldeia Velha da Portela'
No entanto, há vestígios que apontam para um povoamento secular e que se estabeleceu, muito tempo antes, na margem esquerda da Ribeira do Toco, na vertente íngreme de Jadêlo, por volta do séc. XVI - a "Aldeia Velha da Portela".
Ainda hoje é possível observar inúmeras estruturas graníticas arruinadas, correspondentes a uma região pastoril composta por cabanas e currais. Julga-se tratar de uma ocupação sazonal e que acabou por se deslocalizar por volta do séc. XVII, para uma região mais baixa e fértil da Cabreira, dando origem à actual aldeia de Espindo.
Ainda hoje é possível observar inúmeras estruturas graníticas arruinadas, correspondentes a uma região pastoril composta por cabanas e currais. Julga-se tratar de uma ocupação sazonal e que acabou por se deslocalizar por volta do séc. XVII, para uma região mais baixa e fértil da Cabreira, dando origem à actual aldeia de Espindo.
A importância do comunitarismo
Espindo ficou conhecido por ser uma aldeia de forte tradição comunitária. Somente com uma rigorosa organização e entreajuda seria possível a estas gentes fazer face às dificuldades inerentes ao isolamento natural e económico. A forma como as próprias habitações foram construídas, aglomeradas umas sobre as outras, e, em alguns casos, mesmo com paredes comuns, deixa a entender um grande sentido de comunidade e familiaridade. Ainda hoje a aldeia apresenta um peculiar sistema de drenagem de águas pluviais que percorre os caminhos do lugar e encaminha-as para os campos. Devido à escassez de nascentes para irrigação, a população estabelecia políticas de regadio e construía "levadas" (termo usado localmente para designar condutas de água), de forma a maximizar o interesse geral da aldeia e a assegurar uma boa produtividade das cultivações. Possuía 13 azenhas (maquias ou moinhos), que permitiam à população um eficiente aproveitamento hídrico para a moagem de milho e centeio, para o fabrico do pão. Alguns deles ainda hoje se encontram operacionais, apesar de a maioria se apresentar ao abandono. Existe, ainda em funcionamento, uma rede de fontanários de usufruto geral e um tanque público de lavagem.
Também para a pastorícia, especialmente de gado bovino e caprino, existia uma política comunitária. Eram instituídas regras que impunham um sistema rotativo e proporcional de pastoreio, de forma a juntar todo o gado da aldeia numa única "vezeira" e a libertar as pessoas para outras actividades. Por vezes, esses turnos chegavam a demorar vários dias, o que obrigou os pastores a construir abrigos na montanha de forma a protegerem-se das condições climatéricas adversas. Muitas dessas cabanas permanecem intactas devido à sua forte estrutura granítica. Nos anos 90, este sistema de pastorícia ainda se mantinha em pleno funcionamento no que diz respeito ao gado caprino.
Modo de subsistência
Desde sempre, a actividade predominante na aldeia foi, e continua a ser, a agro-pecuária, hoje reduzida praticamente à criação de gado. Aliás, estas duas actividades -agricultura e pecuária – sempre foram indissociáveis para os habitantes desta terra, pois os animais tinham uma dupla função: de alimentação (leite e carne) e de força de trabalho (para a agricultura, construção e transporte de cargas pesadas, no caso do gado bovino). Do mesmo modo, também certas práticas agrícolas eram concebidas a pensar na alimentação dos animais para a época de piores pastagens.
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6. Espindo na década de 70.
A relação homem/animal era de tal ordem próxima que os próprios currais chegavam a ser construídos mesmo dentro das próprias casas de habitação, quer por uma questão de protecção contra predadores selvagens, como lobos e raposas, quer por uma questão de logística e funcionalidade.
Actualmente, além da criação de gado, ainda existe alguma produção de vinho verde, de batatas e de milho, em pequena escala e apenas para consumo próprio, mas mantendo muitas das tradicionais técnicas de fabrico.
Hoje-em-dia ainda é possível assistir a pisadas de uvas com os pés, à malha do centeio em eiras de pedra e à moagem de milho em azenhas movidas a água, embora sem a mesma preponderãncia de outrora.
As vistas panorâmicas constituem outras das riquezas desta terra. Do Talefe, é possível desfrutar de vistas únicas sobre a Cabreira, sobre o Gerês e sobre as aldeias vizinhas. O miradouro da Serradela oferece uma vista privilegiada sobre o vale florestado de Túrio. As potencialidades deste espaço natural proporcionam actividades lúdicas saudáveis e desportos, como caminhadas, provas de automobilismo (desde há muitos anos, provas nacionais e internacionais de ralis e de todo-o-terreno usam os troços da Cabreira), de caça e de ciclismo (BTT).
Actualmente, além da criação de gado, ainda existe alguma produção de vinho verde, de batatas e de milho, em pequena escala e apenas para consumo próprio, mas mantendo muitas das tradicionais técnicas de fabrico.
Hoje-em-dia ainda é possível assistir a pisadas de uvas com os pés, à malha do centeio em eiras de pedra e à moagem de milho em azenhas movidas a água, embora sem a mesma preponderãncia de outrora.
As vistas panorâmicas constituem outras das riquezas desta terra. Do Talefe, é possível desfrutar de vistas únicas sobre a Cabreira, sobre o Gerês e sobre as aldeias vizinhas. O miradouro da Serradela oferece uma vista privilegiada sobre o vale florestado de Túrio. As potencialidades deste espaço natural proporcionam actividades lúdicas saudáveis e desportos, como caminhadas, provas de automobilismo (desde há muitos anos, provas nacionais e internacionais de ralis e de todo-o-terreno usam os troços da Cabreira), de caça e de ciclismo (BTT).
A fé
A religião também desempenha um papel importante no quotodiano da população. As pessoas chegavam a organizar o seu trabalho no campo em função do calendário católico. Nos "dias santos" não se trabalhava a terra e aproveitava-se para descansar, ir à igreja e fazer romarias. Em Espindo as pessoas são devotas de diversos santos, mas venera-se, sobretudo, Santa Isabel, a padroeira da aldeia e ao qual a sua capela deve o nome. A capela, construída em 1921, foi paga com fundos e trabalho de toda a população, mas só ganharia o aspecto que tem actualmente com a construção da torre adjacente, nos anos 80.
Localização da aldeia
Espindo fica no concelho de Vieira do Minho, freguesia de Ruivães. As coordenadas GPS são: 41°39'58.81"N - 8° 3'16.40"W.
Para mais informações sobre como chegar à aldeia, aceda a "Localização" na barra de menu ou clique aqui.
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Texto: João Oliveira
Fotos: João Oliveira; João Pinto, Manuel Oliveira
Fotos: João Oliveira; João Pinto, Manuel Oliveira